Em pauta…

Compulsões

Caracterizada como emoção, pensamento e/ou comportamento repetitivo, além de comportamento estereotipado, as compulsões fazem parte dos transtornos obsessivos compulsivos e são atos mentais ritualísticos, ou padronizados, que classificamos como involuntários por não percebermos como, onde e porquê surgem.

Muitas vezes também tidas como obsessões, dependendo do grau com que se apresentam em nossa mente, as compulsões são compreendidas como doenças mentais que acabam gerando outros problemas ramificando-se para perturbações de ordem pessoal que podem interferir no âmbito familiar e sociocultural.

Embora, a compulsão mais conhecida seja a do desejo de lavar as mãos e/ou manter a ordem em relação ao entorno doméstico, o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) vai além disso.

Conheça abaixo alguns tipos de compulsões:

Comprar compulsivamente

Tida como consumista, neste tipo de compulsão, a pessoa busca alívio emocional ou realização da percepção de que pode adquirir tudo o que deseja, sem perceber que esse tipo de comportamento se torna em vício, contribuindo para com endividamento e obtenção de bens que não são necessários.

Compulsão sexual

No meio do trabalho, uma cena sensual vem à mente. Forte o suficiente para causar desejo sexual. Ao se estar com alguém por quem haja inclinação emocional sensualizada, novamente ali está o desejo.

Eis a compulsão sexual. Que não se limita apenas a pessoas que façam parte da orientação sexual escolhida. Animais também entram na lista. E até objetos.

Também conhecida como ninfomania e hipersexualidade, a compulsão sexual costuma atrapalhar a disciplina pessoal, acarretando confusão, perigo de comportamento antissocial e conflitos no ambiente familiar, de amigos e entre estranhos.

Levando o indivíduo a masturbações frequentes, consumo de materiais pornográficos, atividades sexuais através da prostituição, muitas vezes a compulsão sexual colabora para o endividamento financeiro, agressividade e isolamento social.

Compulsão alimentar

Confundida com fome emocional, a compulsão alimentar surge geralmente por conta do estresse devido à rotina pessoal, da falta de interesse por não podermos utilizar a criatividade para gerar novas atividades que contribuam para com a tranquilidade mental.

Conhecida como gulosa, exagerada, a pessoa que desenvolve a compulsão alimentar, seja por alimentos – geralmente calóricos, açucarados, gordurosos – ou por bebidas – geralmente as de teor alcoólico -, tende a elevar a compulsão alimentar a vício persistente – acarretando condições pessoais de obesidade, isolamento social, etc. -, mesmo que a pessoa esteja empanturrada/bêbada daquilo que consome.

Tricotilamania

Começa-se tirando uns dois pelos, depois alguns outros e de repente percebe-se arrancando pelos de praticamente qualquer parte do corpo – sobrancelhas, couro cabeludo, axilas, região genital – de modo desenfreado.

Esse comportamento compulsivo costuma gerar feridas físicas, inflamações, infecções e perturbações de ordem emocional que leva a vergonha de si mesmo.

Acumulação compulsiva 

Sustentada pela justificativa de que se pode precisar de determinado objeto, o acumulador compulsivo costuma multiplicar a quantidade de seus guardados sem lucidez a respeito do que está fazendo, desprovido de noção de realidade comum.

Enraizadas através de justificativas emocionais (como perda de entes queridos, temores relativos a situações passadas onde houve falta e até a situações futuras onde busca-se evitar situações indesejadas), a compulsão da acumulação gera sérios distúrbios relativos a higiene, organização de espaços pessoais e conflitos familiares.

Compulsão por jogos

Primeiro por diversão, depois porque nem se sabe o que fazer com o tempo livre, o jogador contumaz, viciado em jogatinas, costuma gastar o que tem e o que não por conta desse comportamento vicioso, muitas vezes endividando-se de forma séria.

Movido pela ânsia de vencer, o compulsivo por jogos costuma meter-se em desavenças, produz conflitos familiares e entre amigos, acabam tendo problemas de ordem judicial, além de ramificar esse comportamento para outros tipos de compulsões.

Síndrome de Tourette

Embora amplamente caracterizada como doença neurológica, por ser conhecida como um transtorno compulsivo neural hereditário, a Síndrome de Tourette (batizada com esse nome por conta da publicação de um relato de Georges Gilles de La Tourette em 1885 sobre casos de tiques convulsivos) está relacionada ao sistema nervoso enquanto comportamento involuntário que gera tiques motores e/ou vocais. Também associada a versões extremas de transtorno obsessivo compulsivo, a Síndrome de Tourette já chegou a ser relacionada a possessão demoníaca, e é conhecida também como um transtorno de hiperatividade.

Envolvendo tosses, sons guturais, gestos aparentemente obscenos e palavras de baixo calão, piscadas de olhos, repetição de silabas ou palavras, a Síndrome de Tourette passa por graus de intensidade variados e costuma promover desconfortos físicos, constrangimentos sociais e confusão emocional.

TAG – Transtorno de Ansiedade Generalizada

A preocupação exagerada, a ansiedade em demasia, o medo, o pânico, o nervoso…eis as sensações associadas ao TAG.

De modo irreal, a pessoa que desenvolve o transtorno de ansiedade generalizada costuma temer ambientes com higiene duvidosa, desconfiar de comportamentos espontâneos, inquietar-se com situações cujas possibilidades de ocorrência fujam da rotina comum.

Esse tipo de transtorno costuma causar sudorese, irritabilidade, enxaqueca, tensões musculares, dores estomacais intensas, cansaços frequentes, tremores, insônia, inclinação para sustos repentinos, espasmos, além de problemas dentários, queda de cabelos, estresse e sensação de vulnerabilidades.

Muitas pessoas com TAG, por conta da busca de alívio emocional e fisico, têm a tendência de consumir bebidas alcoólicas ou de comer em demasia.

Pessoas com TAG costumam ter problemas de ordem familiar, profissional e afetiva, que geram dificuldades não apenas sociais, mas também financeiras. Isto porque esse transtorno – assim como outros transtornos – resultam em dificuldade de concentração, falta de percepção comportamental e a sensação de vulnerabilidade pessoal.

Para além dos transtornos conhecidos, definidos, outros comportamentos existem que beiram ao desenvolvimento destes (pensamentos fixos, crenças que promovem exclusões acompanhadas de decisões danosas, são exemplos disso). 

Os transtornos podem ser hereditários?

Embora possamos acolher transtornos como comportamentos hereditários, e todos os tipos de transtornos podem ser classificados sob essa justificativa, ainda assim podemos entendê-los como condições pessoais que podem ser amenizadas e até resolvidas.

Isto porque, na maioria das vezes, os transtornos se relacionam a comportamentos repetidos e, a cada repetição, vitalizados. Sempre por nós mesmos.

Além disso, numa família com um membro ancestre a nós – pais, avós, tatás, etc. – nem todos os membros da família estão destinados a terem a mesma condição que “seus antigos”.

Por isso, é importante apostar que mais do que uma questão hereditária, os transtornos podem se centrar num comportamento pessoal e, desse modo, trabalhá-los a fim de ampliar uma normalidade positiva.

É aí que entram as terapias, que costumam gerar resultados positivos superiores aos medicamentosos em muitos casos de transtornos compulsivos.

Como se sente uma pessoa com compulsão?

Geralmente muito atenta para o comportamento, sentimento, pensamento, objeto, que provoca a compulsão, a pessoa com um transtorno compulsivo passa a ler o mundo a partir de seu transtorno. Por isso, a confusão mental e emocional geradas por esses transtornos.

Fora isso, esses transtornos drenam a energia pessoal, como se a pessoa se transformasse num vampiro energético de si mesma, quase sempre perturbada por seu ideal distorcido de realização pessoal, que gera dificuldade de lidar com suas emoções e condições humanas comuns. 

Cansaço, constrangimento, depressão, frustração, vergonha, impotência, falta de confiança em si mesma – estes são alguns dos sentimentos que acompanham pessoas que sofrem de transtornos.

O perigo dos transtornos

É comum que muitas pessoas resolvam se esconder atrás de seus transtornos utilizando-os como justificativas para seus próprios comportamentos. 

Assim, encontramos pessoas que dizem “eu não consigo fazer isso porque tenho tal transtorno”, citando o nome do transtorno.

E com esse tipo de comportamento, outros são gerados.

Isso se dá porque geralmente aceitamos esses comportamentos como manias, superstições, ou justificativas outras, e evitamos entendê-los como comportamentos que podem ser solucionados, evitando também os tratamentos existentes, pertinentes e de soluções comprovadas. Dessa forma, acaba-se criando problemas que não estão relacionados a transtornos de modo específico, mas que são mascarados sob a justificativa de transtornos.

Ao evitar uma nova visão a respeito desses comportamentos perniciosos para nosso bem-estar, vitalizamos o comportamento de transtorno tornando-nos seres de risco para nós mesmos e para outros.

Diversos quadros de ansiedade, autodestruição e adoecimento emocional e fisico surgem desses comportamentos.

Nos estudos a respeito dos transtornos, questões relativas à predisposição genética, neural e até cultural surgem como fatores promotores destes comportamentos. Contudo, como indivíduos reagem e se comportam de modo diversificado, o tratamento dos transtornos, através de acompanhamento médico e/ou o psicoterápico ainda é a melhor via para devolver-se ao o equilíbrio pessoal.

Como saber que transtorno compulsivo alguém pode ter?

As compulsões costumam estar inter-relacionadas (como no caso do comprador compulsivo, por exemplo, que pode comprar em excesso simplesmente porque é um acumulador. Assim, acaba comprando para acumular).

E a melhor forma de entender um transtorno é simplesmente partir da ideia de que não há transtorno algum. Isso porque o rotular alguém acaba por ser bastante perigoso, já que limitamos o indivíduo, ignorando a riqueza de potencialidades por conta do enquadramento a uma condição.

Além do mais, como diriam nossos antigos, “de médico, poeta e louco…todo mundo tem um pouco”. Isto é, numa medida ou outra, podemos encontrar um pouco de nós em cada chamado transtorno.

Reflexo de nosso interno, nosso externo se torna espelho de nossa pessoalidade e muitas vezes de modo desorganizado. Contudo, essa desorganização passa a ser patológica apenas quando gera problemas que nos impedem de seguir adiante com nossos planos de expansão pessoal.

Onde entra a Hipnoterapia nessa história toda?

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A Hipnoterapia, com profissional habilitado e com conhecimento de abordagens psicoterápicas diversificadas, rende resultados surpreendentemente positivos.

Por partir da não-rotulagem rígida, através de sessões terapêuticas é possível ampliar a perspectiva pessoal, mudando o próprio pensamento e comportamento de forma a administrar melhor as emoções e, consequentemente, a própria vida.

Levando em consideração o ambiente pessoal e sociocultural – familiar e social -, os comportamentos pessoais podem ser vistos como expressão da criatividade pessoal dificultada por esses mesmos elementos.

Desse modo, os transtornos podem ser interpretados como desafios singulares – pois cada caso é um caso – a serem superados de modo paciente, consciente e possível.

E embora a medicina tradicional conte com recursos valiosos, isto é inegável, nem sempre se faz necessária a ingesta de medicamentos químicos, principalmente quando com frequência e em quantidade demasiada, sob o risco de enfraquecermos nosso sistema de autoimunidade, tanto fisico quanto neural, além de expor-nos a efeitos colaterais desagradáveis (como fadiga, insônia, náuseas, disfunções sexuais, problemas de pressão arterial, questões vasculares, intestinais, depressão, fadiga, entre outros).

Interesse, investimento em si mesmo e resultados

É comum que as pessoas acreditem que as terapias, ou as técnicas, por si sejam capazes de modificar o comportamento pessoal. Grande engano, já que a própria pessoa é responsável pelo desenvolvimento de si mesma, onde o terapeuta atua como facilitador, orientador, um profissional que acompanha o desenvolvimento sinalizando progressos, apresentando recursos, auxiliando no reconhecimento e uso de potencialidades.

Além de ser um investimento em si mesmo visando saúde mental e emocional, fazer terapia pode ser uma oportunidade de reorganizar a própria vida no que concerne a tecer construtos emocionais que promovem mais clareza e lucidez pessoal para ampliar as próprias oportunidades no que tange ao status pessoal adequado desejado para si mesmo, nas áreas afetiva, familiar e profissional.

E aí… a dissolução de padrões

Através da Hipnoterapia é possível – se o Hipnoterapeuta for bem treinado e experiente em sua prática clínica – identificar não apenas transtornos inter-relacionados, mas também quadros emocionais (como depressão, vícios, inclinações emocionais, traumas, etc.) independentes de transtornos definidos, o que favorece o autoconhecimento e a expansão pessoal a partir daquilo que é legitimo e intransferível em si mesmo.  

A dissolução de padrões repetitivos, realizada através de técnicas com imagens, visualizações, afirmações, entre outras técnicas realizadas dentro do próprio estado de Hipnose, após a ocorrência da conversa terapêutica, que antecede a prática da Hipnose em si, é sempre vantajosa para a realização do comportamento salutar e qualitativo.

Realizar atividades físicas, alimentar-se adequadamente, buscar atividades prazerosas, questionar as próprias crenças buscando uma percepção mais voltada para o equilíbrio,  centrando-se na descoberta dos próprios potenciais e na percepção da própria singularidade – entre outras práticas, são abordagens trazidas pelas sessões hipnoterápicas a partir de técnicas que visam o desenvolvimento de capacidades e talentos específicos e individuais que trazem à tona recursos pessoais muitas vezes subutilizados, quando não totalmente ignorados; além disso o relaxamento que induz ao estado de Hipnose, por si só produz um resultado terapêutico pessoal excelente e…observável.

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Créditos:
Luciene Lima,
Terapeuta Integrativa, Psicanalista, Hipnoterapeuta Clínica
Fotos: Pixabay, Pexels

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